01/06/2009

TRABALHAR A MARCA "ANDEBOL"/ "CLUBE"

Este é um artigo “reflexão sobre o negócio do futebol” de Luis Sobral que foi publicado online no site Agencia financeira, no dia 12 de Maio, após a vitória portista e consequente conquista do titulo nacional.

Consideramos que não é necessário dar ainda maior visibilidade ao futebol, dado que já tem em grande escala, mas este artigo pelos conceitos e analise que é feita, torna-se de extrema utilizada a todos os dirigentes desportivos, seja de que modalidade for.

Fica aqui a 1ªparte, e posteriormente publicaremos a 2ª

Espero que retirem o “sumo” deste artigo, porque sinceramente muito do que é dito nós já defendemos desde o inicio deste projecto.

 

“Artigo de análise, a partir da temporada 2008/09

Pois bem, que sucedeu no último domingo? A RTP1 deu meia dúzia de minutos à festa do F.C. Porto e depois remeteu-a para o programa de desporto (onde, claro, só estiveram os que habitualmente já têm contacto com o produto). A SIC manteve a sua programação. A TVI manteve a sua programação.

É este o estado do futebol em Portugal, incapaz de produzir conteúdo suficientemente interessante para atrair as pessoas que não estão já fidelizadas.

Num caso destes, que deveria ter feito o F.C. Porto? Interessar os grandes canais, como caminho para chegar aos que não são clientes regulares deste desporto e, por arrasto, da marca F.C. Porto.

Quando terminou o jogo com o Nacional, pelas 22 horas, cerca de três milhões de pessoas estariam a ver televisão em sinal aberto. Logo no momento de maior grandeza do clube.

Acontece que apenas uma ínfima percentagem de espectadores «participou» na festa. Chama-se a isto uma oportunidade perdida.

O desafio, numa situação como esta, é criar conteúdo próprio para resultar em televisão e adequado ao tempo que os canais poderiam dedicar à festa do título, se esta fosse, de facto, transformada num evento televisivo.

A ambição de alguém que gere um produto em que acredita deve ser comunicá-lo ao maior número de pessoas, pelo menor custo. Ao melhor estilo vejam como isto é bonito!.

Num caso como este, o desafio era interessar quem gera audiência, conseguir chegar às pessoas que viam televisão àquela hora. Permitir conteúdo exclusivo para cada canal, garantir total disponibilidade para colocar câmaras próprias e permitir a personalização a partir do Dragão. Emissões curtas mas de grande eficácia, que depois poderiam continuar no cabo. Mas a mensagem principal teria passado.

No dia seguinte, os principais protagonistas deveriam ter ocupado o espaço de comunicação disponível. Nada disto aconteceu. Aliás, em Portugal os políticos aparecem. Os empresários aparecem. Os artistas adorariam aparecer. Os jogadores são escondidos, como se fossem incapazes de se responsabilizar pelo que dizem.

(um exemplo: há assessores de imprensa que impedem treinadores e jogadores de responder a perguntas que não digam respeito a futebol. E, mais estranho ainda, há treinadores e jogadores que aceitam esta limitação)

O que falta perceber

Os clubes portugueses ainda não perceberam que precisam de captar novos clientes. E isso só se consegue com um produto credível, bem arranjado e comunicando com quem ainda não o conhece/adquire.

Este é o desafio que as estruturas do futebol português e sobretudo os clubes têm pela frente. Nos últimos anos, a Liga fez um esforço na Carlsberg Cup e garantiu dois patrocinadores de grande fôlego (Unicer e Central de Cervejas). Mas a verdade é que o número de espectadores nos estádios decresceu e as audiências televisivas em canal aberto são hoje mais baixas do que há um ano.

Outra realidade: o futebol de primeira qualidade é um bom produto televisivo, que gera audiências. Mas o campeonato não se adequa à categoria «primeira qualidade», por isso na tabela anual de programas mais vistos em 2009 não aparecerá, estou certo disso, nenhum jogo da Liga Sagres nas primeiras 25 posições. (a partida mais vista esta época, um Benfica-Naval, teve audiência média de 1.8 milhões de espectadores; a estreia da novela «Deixa que te leve», da TVI, fez na segunda-feira 2.3 milhões).

As televisões precisam de futebol de «primeira qualidade»? Sim, basta olhar para as tabelas de programas mais vistos. Mas se continuar como está o futebol profissional português será um produto cada vez menos interessante. Por isso menos visto, logo menos «comprado». Logo, pobre.

Provavelmente nada disto interessa aos adeptos dos clubes, nos dias em que ganham. Mas devia preocupar quem está obrigado a fazer contas, sobretudo se tiver como ambição que algum dia saiam do vermelho.

Link da noticia

http://www.agenciafinanceira.iol.pt/noticia.php?id=1063486&main_id=

3 comentários:

Anónimo disse...

Parabens pela Vossa intervenção na hora e fora dela, sobre o titulo de campeão nacional da 1ª Divisão, atribuido ao DFH.

Anónimo disse...

Este artigo aplica-se como uma luva a este blog, que sendo de andebol ignora osrandes momentos da modalidade como foi o caso da final da PO1

ANDEBOLMAIS disse...

Caros anónimos

Não se preocupem, que entre hoje e amanhã iremos dar grande destaque ao campeão nacional, Francisco de Holanda. Hoje sairá em principio um artigo de opinião sobre o clube, amanha sairá o espaço ANDEBOL TOTAL, que habitualmente sai às 5ªfeiras.
Não queremos dar informação apenas por dar, queremos sim dar informação de forma diferente e mais interessante.

às vezes preferimos perder algum timing e ganhar na coerência e qualidade do comentário.

Pelo menos temos tentado seguir esse caminho.

Contudo sabemos sempre que não conseguimos agradar a todos.

Andebolmais.